
Sabes, há muito tempo que me ando a questionar sobre o que pode ser a verdadeira essência do amor. E não falo de pais, filhos, irmãos e amigos, que a esses mal ou bem vamos sabendo dar e receber afectos com mais ou menos traumas e conflitos. Falo da outra especie de amor, daquela que nos pode, ou não, para sempre a uma pessoa, que é ao mesmo tempo outra e nós, sem nunca deixar de ser ambas as coisas.
Às vezes acho que a ficção e a poesia é que deram cabo disto tudo, da verdadeira essência do amor, meteram-nos na cabeça, a nós, pseudo-intelectuais com aspirações a iluminados, que o amor tem que ser feito de sofrimento, ausência, tristeza e abnrgação e que a alma humana só se engrandece com a renuncia da felicidade.
Vivi muitos anos assim, viciada na tristeza e nas ausências, habituada a esperar por nada.
Mas os erros servem para criar hábitos e o vazio também enche a alma, por isso pensei que a minha vida ia ser mesmo: amar, esperar, esquecer e começar tudo de novo outra e outra e outra vez.
Hello my love.